estaciono o carro a pensar porque é que há tantos lugares no parque. não seria normal, um parque livre. tranco-o, não sou do tempo nem dos lugares onde se deixa o carro aberto. vou pelo passeio, como em várias outras histórias. passam pessoas estrangeiras, há um tipo sentado no chão, a pedir. eu diria que estas ruas estão desertas. há pessoas pobres a passar. eu diria que aqui ninguém passeia. por alguma estranha razão, toda a gente vai para algum lado.
a meio do caminho percebo o parque vazio. afinal estou longe demais. longe demais de um sítio para ir. as ruas, desertas, de pessoas e de lojas, de lugares onde se parar. longe demais, como em várias outras histórias. mesmo assim, há quem trabalhe, em algumas esquinas. também há quem espere, junto a portas fechadas. há um tipo em pé, junto a uma fila de carros estacionados a pedir. eu diria que estas ruas, estas ruas têm algumas pessoas. mas mesmo assim.
subo, na rua que conheço, que fiz e desfiz vezes sem conta. há uma rapariga que sobe à minha frente, muito mais depressa que eu. há um restaurante espanhol que eu descubro que aos domingos está fechado. pudera, não há ninguém. olho as escadinhas que tiveram uma história que durou muitos meses. estou quase a chegar, penso, como em várias outras histórias. casais de velhotes a atravessar a estrada e uma menina que quase se diria estava ali à minha espera.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
domingo, maio 15, 2005
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3 comentários:
isso é já muita gente ;) *
mas afinal não... não estava à minha espera...
Se calhar só te enganaste na rua... Beijo grande.
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