com que palavra vou começar esta história? num segundo só, três ou quatro palavras aparecem e desaparecem pelas ordens dos meus dedos no teclado. como se faz? como é que eu decido por que palavra começar? será aceitável usar tantas vezes um ponto de interrogação num só parágrafo? experimento, tento, hesito. ainda é de manhã. tenho tempo.
escolho as palavras. já um dia escrevi um poema em que dizia que faço listas de palavras. que eu me lembre, nunca fiz listas de palavras. qual seria o uso de uma lista de palavras? penso num dicionário, mas um dicionário não é uma lista. não, não me consigo decidir. lembro-me de ter saído de casa e de ter ficado a falar da vida a uma desconhecida. parece que não. mas tenho tempo.
as palavras, as palavras, as palavras. alguma delas certa? alguma delas errada? eu, a ligar o computador, a olhar as mensagens, a ver, para ti, a ver, ciúme, a ver que nem sempre me escreve que eu esperava que escrevesse. eu a pensar Lisboa e um email a dizer Coimbra. todo este silêncio das mensagens eróticas. mas apenas, só, palavras. que eu nem escolho. por causa do tempo.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
terça-feira, maio 03, 2005
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