quantas vezes são os dias nossos assim, tão nossos que nos podemos a eles abraçar e deixar-nos levar pelas ruas pequenas até que encontremos uma porta escura onde entramos e nos sentimos em casa. quantas vezes são as cidades do nosso tamanho, para que possamos entrar e sair das lojas e dos cafés, olhar as pessoas com o sentimento de pertença a casa e encontrarmos e falarmos com pessoas que gostam de nós como gostamos delas.
deixa entrar o vento pela tua janela, deixa-o entrar, ele vem do mar, e do mar também vêm as gaivotas e os peixes, as notícias de longe e o embalo da noite. deixa entrar o vento porque com ele vem tudo aquilo que te fará despir o pijama e encontrar um vestido primaveril no guarda-fato, e depois te empurrará para a porta e te fará respirar na areia. ou tudo isso ou então só uma boa companhia para o teu muso.
quantas vezes são os dias assim de vento, em que de janelas abertas nos deixamos ficar à espera que algo ou alguém nos venha sorrir ou apenas, em nos deixamos embalar, não pelo mar, mas por um qualquer australiano rouco, que nos promete compreensão nos outros dias em que nem sequer falamos baixinho connosco próprios. quantas vezes são os dias assim de vento, em que de janelas abertas, pedimos baixinho a alguém com poderes divinos, que, quem sabe, alguém de longe, encomende a uma gaivota um sorriso para nós.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
quinta-feira, maio 12, 2005
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2 comentários:
Hás-de pedir-lhe um sorriso para mim também...bj*
vezes sem conta.. ;) beijinho*
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