agora faço as previsões do tempo pelo que imagino das tuas costas.
sei que tens os pés no chão e que te custa a comer. sei que te dói por dentro aquele cão que morreu quase nas tuas mãos. sei que não sei nada, que me custa a perceber muito do que se passa comigo e à minha volta. sei que tenho um buraco na agenda para tu preencheres. sei que vou ter que esperar até que as tuas asas cresçam.
agora faço assim as previsões do tempo.
sei que existem janelas que se abriram há muito pouco tempo. sei que há muito pó para cá e para lá da nossa existência. sei que te sentas a ler, no papel, coisas que eu escrevo. sei que eu me sento a olhar as coisas que tu roubas, aqui e ali. olho para a rapariga que salta de um rochedo, para o abismo, à procura que faça sol algures. sei que as asas crescem.
agora faço assim as previsões do tempo.
conto com os ventos favoráveis e com a ajuda das correntes do mar. levo um mapa para me orientar pela desarrumação prometida. levo as tuas mãos desenhadas nas minhas para que tu saibas onde as pousar. levo a boca cheia de palavras que eu nunca te diria. nunca te diria antes da janela se abrir. sei que vou ter que esperar até que as tuas asas cresçam. sei que elas vão crescer.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
terça-feira, maio 17, 2005
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3 comentários:
Enquanto fizeres previsões, estarás vivo, realmente vivo. bj*
instintivamente, olhei para as minhas costas procurando as asas.. ;)
but anyway, não tenho muito jeito p'ra previsões, prefiro agir, e não ficar de braços cruzados à espera do que poderia ter sido..
beijinho*
espero dias de ventania para compensar esta dor do rasgar da pele sobre as asas.
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