senta-te, senta-te no chão, sim, a cabeça no buraco do pano, a primeira fila. senta-te, senta-te no chão, sim, as pernas cruzadas debaixo do pano, de ti, só uma cabeça, à tua volta, só cabeças, cabeças, cabeças, prontas para o papel na porta, sim, o papel na porta, senta-te, senta-te no chão, o papel na porta que dizia guilhotina.
podemos viver intensamente cada momento que vivemos, podemos, mas não podemos começar a história por, filhos da puta, podemos ser bonitas e inteligentes e poderosas, com as facas e os óculos na mão, mas não podemos começar a história por, filhos da puta, podemos estar apaixonadas e ser lindas, assim, em roupa interior, mas não.
eu dou-te tudo o que tu precisares, basta que me olhes assim nos olhos. eu dou-te tudo, basta que cortes essas amarras de teus pulsos. eu dou-te tudo o que precisares, desde que não me grites aos ouvidos ou me peças em casamento. e depois eu espero do lado de fora da porta, com os outros homens, e sento-me, sento-me, e tu vais-te embora, porque é de noite.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
sábado, maio 21, 2005
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2 comentários:
vou me sentar e vou olhar tudo o que você tem escrito...
gostei muito deste texto
e quando for de dia outra vez?
já te disse o quanto gosto dos teus textos, não já? ;)
beijo*
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