a primeira palavra que me veio à cabeça foi pijama. pijama, como as manias de pequenas festas na imaginação das criancinhas. corria atrás da bola, uma duas vezes três, tentava segurar com as duas mãos pequenas a testa fria da avó e constipava-se ao terceiro dia. era assim que me chegava a palavra pijama.
a segunda palavra não era uma palavra, era uma tela enorme numa sala escura. fomos ao cinema quando tínhamos seis anos, nem sabíamos ler as legendas. havia muita rapaziada à volta, a falar baixinho, a dar beijos nos escuros. nós não sabíamos ler, por isso é que a segunda palavra não era uma palavra. era uma luz acesa.
a terceira palavra era um parágrafo. um parágrafo cheio de palavras diferentes. era uma professora da escola primária a tentar pagar-me um café enquanto me gabava os versos que ainda não tinha lido. era um parágrafo rasurado num caderno, uma ideia para um romance que ainda não escrevi. e ficou-se por ali, parágrafo.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
terça-feira, novembro 29, 2005
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