acende-me essa luz aí junto à parede. depois podes sair.
era o sono ou era a febre. era o pijama húmido, as mãos fechadas. era de manhã e de tarde. era de noite ali em mim. eu, a cama, fechados. faltava qualquer coisa em nós. talvez os artigos definidos.
acende-me essa luz. sim, essa. não faças barulho.
era uma imagem que fugia pelos meus olhos. um pequeno furo na íris. uma lesão no pensamento. pensar todas as coisas no mesmo momento, usar a cabeça até rebentar com os fusíveis. ouvir um estrondo, encolher-me na cama. era assim, era assim que era tudo.
a luz, minha querida, a luz. e sim, desaparece.
não estava lá ninguém, eu mais uma vez a falar sozinho, a dizer palavras. sim, dizer palavras. posso descobrir novas frases enquanto tenho os dedos presos na boca. se os lábios não se conseguem movimentar, vão criar sons, coisas que não existem. estava lá, ela, a inexistência.
a luz, acesa, a luz, apagada, sempre igual.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
sábado, julho 02, 2005
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1 comentário:
Luis, venho agradecer a tua visita ao paixaum >+++'> e dizer-te que tenho andado um pouco pelo teu blog parei aqui neste post. Acho isto muito bonito, talvez pq pensava um pouco da mesma forma nesse sábado. Parabéns pelo texto.
Um abraço
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