deixa-me ficar aqui à beira deste abismo. o sol do lado de lá.
é assim que se respira. com o vento a fechar-nos os olhos. uma mão vem, por detrás das costas. e depois há qualquer coisa de diferente nesta mulher. assim se confundem os papéis. mesmo o de leitor. o abismo é isto. um dia qualquer e então.
liga a rádio. há uma estação que tem uma música para ti.
respira, respira. a mulher ali em frente e tu. sabes a cor do silêncio e sabes que um cesto nem sempre trás as uvas da vindima. os papéis, podia ser do vento. pensavas que estavas a ler mas afinal não estavas. estavas a olhar, talvez.
uma música, sim, uma música, uma música para ti.
quase que parecia uma voz a escorregar. um dente caído sobre o prato, a luz do sol que se extingue no mar. se somos capazes de quebrar um cometa, um dia seremos capazes de apagar o sol. a lua, a lua, só a lua. os papéis trocados, de uma vez.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
segunda-feira, julho 04, 2005
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1 comentário:
Perdoas-me por te ter deixado durante tanto tempo?
Perdi-me de tudo e deixei-te sozinho...agora já não sei quem somos.Mas sei que tenho saudades tuas.Estou de volta...
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