sabe-me a pó este branco leve que escorrega pela garganta não me deixando articular duas ou três palavras que trazia guardadas para esta noite - sabe-me a pó, mesmo que este pó seja só uma miragem, uma tempestade, gritos um tanto insinuados pelas baterias de carros que foram sendo deixadas à beira da estrada, dia após dia.
gosto desta ideia, dia após dia, que reduz ao mínimo as vintequatrohoras que nos fazem delirar uma existência. diapósdia como se não houvesse nem noite, nem manhã, nem tarde, nem almoço, nem jantar, nem dores, nem amores, tão só uma vista de calendário a passar de um lado a outro dos olhos.
sabe-me a pó este branco leve, leve e tão fresco que quase queima, queima os meus olhos e os sentidos, apaga-os, alguém dizia que este vinho era emoção, mas se eu bebo tanto é para esquecer, esquecer quantas vezes mais vou ter de beber até encontrar um sossego, e depois outras duas ou três palavras que ficam por articular.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
sábado, setembro 03, 2005
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1 comentário:
Percebo bem a falta de sossego...
Voltei de férias e reparo que continuas incansável na tua escrita, poderia ficar aqui horas a ler o que escreves, a saltitar de uma ideia para a outra. As ideias não tem paz em mentes iluminadas!
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