chega mais perto, o perfume já se sente e os olhos fecham-se devagar para que seja só o olfacto a receber-te. é de manhã, manhã ou tarde, é hoje e estás aqui. chega mais perto, mais, o perfume que se sente faz fechar os olhos, devagar, e só o olfacto, só, recebe-te inteira, ligeira, suave, amorosa. tu.
um dia era uma cadeira vazia num café aqui perto e, ao entrar, a personagem sorria mesmo não te conhecendo. um dia era a empregada de balcão a tentar prever as tuas necessidades e tu a trocar-lhe as voltas só para a fazer duvidar. um dia eram senhores que diziam bom dia e tiravam o chapéu. e depois tudo a recomeçar outra vez.
mais, mais perto, a tua, a tua voz, mais, mais perto, esse perfume, esses olhos, os meus, que se fecham e te levam para outras visões, o teu perfume, o teu perfume, e só, só o olfacto, quando te vejo passar e te digo, mais perto, quando te vejo chegar e te digo, mais perto, mais, tu, já se sente, já se sente tão tão bem, tu, tu, tu.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
sexta-feira, setembro 02, 2005
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