oh,mas o que eu queria escrever era assim um poema cheio de juventude
qualquer coisa que fizesse saltar do lugar as pessoas de hoje
aquelas pessoas a que quase nada faz saltar do lugar
o que eu queria escrever era aquela ode, aquela frase, seja,
que pusesse alguém a chorar uma noite inteira
que deixasse alguém tão triste e tão contente
algo assim intenso, abrasivo, doentio.
oh, mas o que eu escrevo são poemas começados por oh!
e, bem o sei, hoje em dia já ninguém suspira oh's como antigamente
e depois, também ninguém pára num lugar só
e então fico eu com as minhas canetas
eu com os meus suspiros as minhas fãs inventadas
já nem eu choro, nem chora ninguém
já nem eu sorrio, nem sorri ninguém
porque eu queria escrever mesmo era qualquer coisa
que eu não sei escrever, nem sequer dizer, assim, numa palavra.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
quarta-feira, setembro 14, 2005
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1 comentário:
digamos q dizes muita coisa neste texto apesar de achares que não o dizes
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