eu não gosto de raparigas que já foram ao brasil e, quando lhes vejo as fotografias na praia a sair pelas malas abertas, fecho os olhos com muita força, para não gritar, cerro os punhos com ainda mais força e abano, abano muito a cabeça. logo, as raparigas que já foram ao brasil também deixam de gostar de mim. num instante.
eu não gosto de olhos escuros e de sorrisos amarelos, quando me convidam para jantar e me seguram a mão, misteriosamente, enquanto vão falando dos vizinhos e dos problemas na escola. fico irritado e calado, sem saber bem o que dizer, ou dizendo tudo para dentro, como se estivesse num filme e os espectadores pudessem ouvir os meus pensamentos. ao ir para casa, já passou.
eu não gosto de maçãs de rosto rosadas com blush, não gosto do cheiro de perfumes que são anunciados na televisão. espirro, espirro, espirro, esfrego os meus olhos vermelhos e acabo por ter que sair a correr das lojas em que me encontro, assim fechado, com os cheiros de perfumes que são anunciados na televisão. talvez por isso, eu não goste de raparigas. destas.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
quarta-feira, setembro 14, 2005
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