comprar o jornal, já passou a hora do almoço, a olhar para o expositor e os títulos, bem, não de certo os títulos, as cores, as letras, os papéis, sim, comprar o jornal, é domingo, da minha memória apaga-se, aos poucos, aquilo que fiz a noite passada, depois as cores, as letras, os papéis, comprar o jornal, um senhor olha-me de lado sem sorrir, é isto a cidade.
comprar o jornal, pensar, a que horas chega o comboio, andar por ruas sem ninguém, passa gente de um lado para o outro, isto não faz nenhum sentido, penso e volto a pensar eu, uma cara conhecida, um boa tarde envergonhado, sim, comprar o jornal, fechar os olhos com muita força e voltar a abri-los, comprar o jornal e todo este sol na minha cara.
comprar o jornal, guardá-lo debaixo do braço, atravessar a estrada, pedir um café ao balcão, andar pelas ruas, sem ninguém, comprar o jornal, contar minutos e pensar que acabarei por não ter tempo para ler o, comprar o jornal, parece que alguém chama o meu nome, ou então o vento, eu que nunca oiço nada bem, parece que, comprar o jornal, o sol, sim, o vento.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
domingo, setembro 25, 2005
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1 comentário:
Mas afinal, quantos jornais compras tu ao domingo :)?
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