Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)

quinta-feira, agosto 25, 2005

tinha um nome qualquer

tinha um nome qualquer, um nome qualquer e uma data certa para chegar, certa ou acertada, era mais ou menos isso que se quereria dizer no final da história, mas uma história, o que é um conjunto de frases quando nenhuma frase faz sentido para explicar o que quero sentir agora?

tinha um nome qualquer, uma maneira de começar os parágrafos sempre igual, qualquer coisa para enjoar a nova vaga de intelectuais para quem tudo é mal feito. uma história, perguntam eles. uma história, pergunto eu. frases em cima de frases, sem gente dentro, sem perfume dentro, sem nada.

tinha um nome qualquer, uma coisa sem significado para apresentar aos distraídos. tinha um nome qualquer, dizem uns aos outros, sem se entenderem. não é livro nenhum, é um amontoado de frases. história, faça-a quem lê, eu estou farto. e depois, um amontoado até acaba por ser bonito.

tinha um nome qualquer, uma cara qualquer, uma forma qualquer de ser, uma maneira de sair das coisas, um olhar para entrar na nossa vida, um telefone para se intrometer, um jornal para se distrair, uma televisão para desligar, um mundo inteiro para dominar.

tinha um nome qualquer. tinha um olhar qualquer. tinha qualquer coisa de qualquer coisa. eu sei, estás aí a ler-me e a pensar que eu não vou te dizer nada. não, não vou. não vou dizer. vou ficar calado. porque o que me resta a dizer pode muito bem ser balbuciado. e eu estou mais que cansado.

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