Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)

segunda-feira, agosto 29, 2005

janela com vista para o mar

era de manhã, logo de manhã, o ar fresco, quando ao abrir da janela, ela sorria. quando ao abrir da janela, a brisa mais fresca a entrar pela janela, as vozes de pescadores em baixo, o mar, o mar. o ar fresco, salgado, forte, uma mistura de todas as coisas que ficam escritas na nossa pele quando despimos a roupa.

era de manhã, logo de manhã, algumas coisas gaguejadas na solidão do quarto. ao abrir da janela, ao ouvir aquele estrondo suave do mar, os barcos ao fundo. logo de manhã, quando o sol ainda preguiça, quando os homens se espreguiçam, o mar. na face o encontro de todos estes pequenos sentidos. ela sorria.

era de manhã, logo de manhã, quando ao abrir da janela, o voo das gaivotas sobre os telhados.um jardim feito de flores salgadas, uma mão estendida para saber se chovia. os olhos muito concentrados nas ilhas, ao longe, o ar fresco, a brisa salgada, as vozes, as vozes dos pescadores. logo de manhã, na mistura de todas as coisas. dentro dela.

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