quero saber como se escreve um poema. qualquer coisa que me explicasse como se enfrenta a folha em branco, a cara em branco, a cabeça em branco. porque, desconfio, é disso que se trata. antes do início do poema, há o branco. ou o vazio, isso já não sei bem. surge uma palavra, articula-se com outra, cresce um verso, ainda coxo, incerto. quero saber como se escreve.
quero saber como se escreve um poema. não, não basta ter um caderno onde se vão anotando ideias. cadernos, tenho muitos, uns ali dentro de uma mala, outros espalhados pelas prateleiras da minha sala, um outro que anda sempre comigo. posso-vos mostrar. estão cheios de frases, palavras e letras. até aí eu já cheguei. mas como se escreve um poema, como?
quero saber como se escreve um poema. olho para o que escrevo e não percebo. nuns dias tão vazio e noutros tão simplesmente cheios do meu passado. leio-me e não me percebo. não percebo que tipo de coisas me podem interessar, que tipo de coisas poderão fazer-se alguém interessante por aquilo que escrevo, até. e depois penso que quero saber como se escreve um poema.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
domingo, junho 19, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Arquivo do blogue
-
▼
2005
(461)
-
▼
junho
(33)
- certas coisas que não fazem sentido
- xaile
- inglês para principiantes
- volto às mãos
- três coisinhas que eu tinha para te dizer
- pessoas que não conhecemos
- Eu vou estar lá!
- pequeno extracto de nada
- casa: dentro e fora. ou fora.
- confissão
- beijo bom
- caracterização de periodo literário
- mais questões em volta da poesia
- message in a bottle
- estamos bem servidos de solidão
- carta de amor
- TVEDRASJAZZ
- "we want you back!"
- mistura
- poesia (um outro dia)
- camarada
- sto antónio 05
- referendo
- higiene ficcional
- cola
- "far west boy"
- aqui dentro de casa
- certeza
- espaço verde
- tudo bem
- mágoa são cinco letras
- almoço
- dia da criança
-
▼
junho
(33)
1 comentário:
apascento em silêncio cada uma das letras
apedrejo o alfabeto
e o aparo dos meus dedos
cachorro
trá-lo de regresso arrumado em palavras
o silêncio é a escuridão do som
o branco é a sombra da escrita
Enviar um comentário