podias deixar-me aqui plantado, neste espaço verde que separa as estradas em que vamos, tu para um lado, o mundo para o outro, podias deixar-me aqui plantado, eu ganho raízes facilmente, cresço à custa de chá e bolinhos, venha o tempo quente, venha o frio, armam-se os ramos com arames, há sempre um suor que nos rega.
podias deixar-me aqui plantado, todos os dias de manhã vinham os jardineiros da câmara molhar-me os pés, eu sorriria e diria tontices, como digo sempre, um cão faria xixi nos meus joelhos, eu nos meus arames, como ando sempre, a crescer com chocolates e sumos de laranja que me dão quando faço cara de mim.
podias deixar-me aqui plantado, está sol, dá para ver os carros a passar, uma ou outra pessoa que passa e conta uma história ao neto, avôs resmungões também os há, mas esses moram nos andares de cima e já ninguém os visita, deixas-me aqui, ligas-me a rádio internacional num posto alemão e eu fico a imaginar-me vegetação europeia.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
terça-feira, junho 07, 2005
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