cidade é coisa sem asas, já se vê, e depois porque havemos de esperar que elas levantem vôo, se transformem, se façam nossas? cidade é coisa sem asas, asas são braços sem dedos, as mãos estão seguras nas mãos, não é? encosta a cabeça para trás, deixa o sol entrar pela janela, a minha mão na tua, sim, e depois ouve baixinho, vai correr tudo bem.
cidade é coisa sem gente dentro, sabes, um homem sai daqui e quando lá chega está igual, é homem na mesma, cidade só por fora. por isso ficam os pratos de melbourne na imaginação e a cabeça encostada à janela da loja, a ver senhoras típicas cá em baixo. está calor, por dentro. sim, estou a falar de dentro do teu coração.
cidade é coisa como as outras, quem não sabe, e nós agora temos aldeias onde passeamos descalços, a sorrir, abraçados. o meu corpo e o teu, assim pela rua, dá para ver na sombra, são um só. tu resguardas-te debaixo do meu braço e eu levo a cara levantada a sentir o vento e o sol. vou-te a dizer baixinho, vai correr tudo bem.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
segunda-feira, junho 06, 2005
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