só te vi pela televisão e acho que nunca te percebi bem. sempre me fizeram algum medo as pessoas que não têm dúvidas, dispostas que estão a avançar contra tudo e contra todos, por uma ideia, por uma vontade, por um desejo. só te vi pela televisão e pelo que iam dizendo de ti. não te percebia, não tinha que te perceber. era pequeno e tu estavas no mundo dos grandes.
depois comecei a andar por lugares onde se falava muito de ti. a tua sombra presente não me era nada agradável. nunca gostei de fantasmas perfeitos, mitologias que se criam em volta de alguém que fez tudo. sim, ti fizeste tudo. construíste e montaste tudo o que havia para montar, parece não teres deixado grande coisa para os que vieram depois de ti. para o nosso trabalho, parecia restar só uma secretária arrumada.
é preciso que o tempo passe, é preciso que deixemos de estar debaixo da árvore que tu eras para se começar a perceber tudo aquilo que podias significar. e fui aí, quando comecei a olhar os teus desenhos, quando comecei a procurar algumas coisas que escreveste, que percebi, finalmente, que foste um homem como os outros, fraco e sensível como todos os homens. hoje toda a gente te homenageia a força. mas é na tua fraqueza que eu te vou ficar a admirar.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
segunda-feira, junho 13, 2005
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