volto às mãos, às minhas mãos. há uns meses percebi como gosto de olhá-las. as minhas mãos. conto os meus dedos, para a frente e para trás. depois, fecho os olhos. nas minhas mãos a pele desfaz-se com o tempo, com os dias. pego na caneta e a pele deve ficar no papel, deixando pequenas chagas nos meus dedos. assim, as minhas mãos. eu a olhar.
as minhas mãos, as minhas mãos. na outra história estavam sobre um lençol desconhecido, a medir as marcas de luz que vinham pelo estore até à cama. eram as minhas mãos, e eu todo logo ali, a ver como reagem as mãos quando eu quero que fiquem quietas. sim, porque mesmo nesses momentos, elas mexem-se, mexem-se sozinhas. eu sem saber porquê.
voltar às mãos é como tirá-las dos bolsos. fora dos bolsos e sem estarem presas atrás das costas, as mãos recurvam-se, alimentam-se do ar e ficam livres. eu a quere-las quietas e elas a mexer. quando penso nisso, não sei porquê. volto às minhas mãos, gosto de as olhar, de as medir, de as sentir. as minhas mãos sobre aquele lençol, naquela manhã. era noutra história.
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terça-feira, junho 28, 2005
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