o poeta é um ser que sua como os outros, o homem ficou de dizer. o corpo caído sobre o sofá e os dedos a contar palavras, sobre linhas que foram apagadas na nascença das folhas. os dedos a fazer os versos para cima e para baixo, se lermos as coisas na direcção correcta percebemos uma maneira, se trocarmos tudo, não percebemos nada, mas inventamos. o poeta é um ser que sua como os outros.
o poeta sua no sofá. as mãos perdidas pelos versos inventam pequenos gemidos e ausências. o homem ficou de dizer, o preço da carne a subir paredes. eu olho as paredes sem perceber mensagens, tu sopras o quente do café. eu olho as paredes e os poemas que crescem no prato da sopa, sem perceber bem a mensagem. as mãos perdidas pelos versos, quantas poetas tem a tua cabeça, quantos medos a tua existência? o poeta no sofá.
o poeta é um homem como os outros, um homem que ficou de dizer. um sopro sobre a página do livro e uma palavra algures a fazer-se poema. o preço da carne ou a parede, de tão diário que se faz poemas de listas de compras, era assim que eu queria ser quando era pequeno, grande e desleixado pelas minhas pernas que tremem quando limpo o chão da casa-de-banho. os dedos a fazer versos, no final da história os dedos sujos. o poeta que sua.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
domingo, junho 19, 2005
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1 comentário:
Tanofárion/Fontanário
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toe~aor.deusnar
noteq?eqraepr~i
sm,erdutod´eore
oearerneoa.ojoe
egea a´errsaietd
opres´tntcd.seria
a´~rrintsesaioae
aosaseasaers,ra
1
sedento
abri a torneira do fontanário.
saíram turbilhões de letras, sinais e números,
que me encharcaram as mãos de segredos.
2
a esperança do trigo é cair à terra,
a do pólen correr ao vento.
que desejo terão as letras?
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