eu dizia as cores muito devagar enquanto ficava a olhar para o écrã do computador a contar vírus com os dedos. palavras que se perderam por aquelas tardes em que fomos levados a acreditar em tudo. era isso, eu a conversar sobre ti com a tua prima, tu a ouvires a conversa toda, a controlar.
eu dizia que andava a estudar as plantas e tu acreditavas. tinhas os olhos muito grandes e uns cabelos soltos pelos ombros. depois enviaste-me uma fotografia pelo correio, em poses sensuais. coisas dos livros, antigos. eu sorri a olhar para a foto e pû-la de lado logo a seguir. sabia que mais cedo ou mais tarde acabaria por casar contigo.
agora tenho a barriga muito cheia de coisas que nunca comi. a minha cabeça continua igual mas eu deixei de acreditar em muitas outras coisas. acho que já casaste. dias antes de me enviares a fotografia, um rapaz do teu escritório convidou-te para irem tomar café. eu tenho os braços cheios de jornais. não sei bem que dia é hoje.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
quarta-feira, outubro 26, 2005
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1 comentário:
Gostei, ou melhor...vou gostando...
Um abraço.
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