quantas palavras posso guardar no meu bolso? agora eu sei que tenho de estudar, tenho muito que estudar, para que algum dia chegue a saber escrever, dizer, falar de alguma coisa. quantas palavras? umas três ou quatro, talvez. um milhão delas, possivelmente. ter um milhão de palavras e não saber o que fazer com elas. são assim as letras: misturadas.
pensei plantá-las mas não resulta, como também não resulta ficar à espera de inspiração ou de instruções divinas para se fazer soar alguma coisa. as palavras soam, os escritores suam. uma aparente harmonia nas coisas, mas não. é tudo desiquilibrio e falta de tino, falta de organização. agora eu sei que tenho de estudar, tenho muito que estudar.
quantas palavras guardadas no bolso, afinal? que uso posso fazer delas? se no bolso de nada me servem, as minhas mãos que não estão limpas, os meus olhos que lacrimejam, sempre alguém atrás do meu ouvido a querer dizer qualquer coisa que não se ouve. e depois de tudo, porque tudo acontece ao mesmo tempo, acabar sem nada para dizer e de bolsos vazios.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
sexta-feira, outubro 14, 2005
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