meu pequeno embrião - minha pequena tendência para fazer tudo errado - procuras no corpo do texto uma gralha, uma desordenação compulsiva da palavra digital. vais buscar um casaco à parte de cima do roupeiro e colocas os teus pés mesmo entre os meus camisolões. estava mesmo capaz de ir procurar o dia de hoje no calendário, festejá-lo sempre, todos os anos, a partir de aqui.
faço um risco no chão - tantas vezes fiz riscos na vida, riscos nos dias, na agenda - faço um risco no chão e continuo como dantes. os teus pés entre os meus camisolões, vais buscar um casaco. a minha pequena tendência natural para fazer sempre a escolha errada - aqueles minutos que passam, vagarosos, quando acordas e ficas pela cama a dizer: nunca mais faço isto, nunca mais faço aquilo.
é sempre mentira, não é? - digo isto para me sossegar, as moscas não me largam a vida. posso mudar a paginação do texto mas não posso mudar o meu passado - e algures entre uma coisa e outra existe ainda muito para dizer, sílabas, sílabas, em conjugação. faço um risco no chão - meu pequeno embrião, meu pequeno embrião, uma canção de embalar - faço um risco no chão.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
sábado, outubro 29, 2005
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