sou grande, apercebo-me disso pelo tamanho do meu casaco pendurado com o teu no mesmo cabide. sinto os pés pesados pelo soalho da casa que acorda. estou despenteado, a barba salta da minha cara, tenho os olhos inchados. na minha cama, sim, na minha cama tu brilhas, num sono sossegado. é de manhã.
vou devagar até à cozinha, devagar com os meus pés pesados. olho a rua pela janela e abro um armário onde tenho tostas e doce. faço chá, um chá vagaroso e fumarento. olho de novo a janela, apesar de ter a cabeça na noite passada, nas tuas mãos sobre o meu peito, nos teus lábios que não me largaram até eu adormecer. na minha cama, tu brilhas.
deixo as coisas sobre a mesa da cozinha. os meus pés pesados pelo soalho da casa, até ao quarto onde tu estás. abres os olhos, um de cada vez, cheia de sono. abres a boca e eu sorrio. sento-me na beira da cama e deslizo as minhas mãos pelas tuas pernas, pelo teu tronco, até ao teu cabelo. não preciso de dizer nada, tu percebes tudo.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
quinta-feira, abril 07, 2005
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2 comentários:
É sempre um prazer ler o que vais postanto....
Um abraço.
ah sim, a poesia... também já entrei neste mundo, deixei de ser anónimo.
Um abraço, pá!
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