faço-me de forte.
não choro quando sei da notícia. não choro quando vejo os olhos vermelhos do meu irmão. não choro quando conto à minha irmã. não choro quando abraço e beijo o meu pai.
faço-me de forte.
não choro quando entro no hospital. não choro quando vejo a minha avó. quando abraço e beijo a minha avó. não choro quando oiço a respiração chorosa do meu irmão.
faço-me forte.
digo sempre que está tudo bem. digo sempre que está tudo bem. digo sempre que está tudo bem. digo sempre que está tudo bem. digo sempre que está tudo bem.
faço-me forte.
só consigo sozinho. estive-me sempre a aguentar. só consigo sozinho. sozinho, no silêncio. a voltar atrás. a voltar atrás. porque não quero chorar a morte de ninguém.
só quero chorar a vida. a vida inteira. a vida inteira cheia de pequenos momentos que me ficaram na memória. faço-me forte, eu sei. só por assumir tão grande fraqueza.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
terça-feira, abril 12, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Arquivo do blogue
-
▼
2005
(461)
-
▼
abril
(40)
- planos de sábado à noite
- Nove passos na escuridão
- escritores (as)
- o livro
- puxa por mim
- na casa onde eu sempre morei
- Em resposta ao desafio de Nietschze que chegou via...
- do lado de dentro
- um homem grande
- ao domingo, romances
- a esta hora
- a data
- algo parecido comigo
- cidade fumarenta
- quadro realista de autor desconhecido datado prova...
- cadernos
- o que eu não faço em tua companhia
- papéis velhos
- falta de jeito
- portas abertas
- penso
- sapatos sem brilho
- chorar
- Tiago Alfredo Cristóvão - In Memoriam
- disse
- olhos
- energias
- escolher
- hoje
- sempre os ventos adesivos
- vezes
- princípio da história que nunca acaba
- lição n.º 1
- outra vez eu
- because...
- em francês diz-se "tant pis!"
- onde moras?
- sou um patife!
- o mundo. as pessoas. os olhos.
- horas
-
▼
abril
(40)
3 comentários:
são estas horas em que as palavras se tornam fúteis quando nos deparamos com circunstãncias como estas, são nestes momentos que nos sentimos verdadeiramente pequenos e são nestas horas que sofremos com todas as injustiças deste mundo bem expressas com o adeus do nosso amigo. Estes são os momentos que sabemos que nos vão bater á porta mas tentamos nunca pensar neles, são nestas horas que nos amarguramos por pensar no tempo perdido a fazer mais do mesmo e se uma palavra a mais em qualquer altura não poderia adiar o destino. É mau de mais pensar que o presente e o futuro sejam consumidos a reflectir as horas e momentos que o tempo cruelmente queimou.
Ninguém será mais forte que ninguém pois é humano ter o coração a sangrar, mas coragem da verdadeira e da mais sublime é sentir as palavras que se seguem : - " À Humanidade que ás vezes parece perdida e dominada pelo poder do mal, pelo egoísmo e pelo medo, Deus oferece como dono o seu amor, que perdoa, reconcilia e reabre o ânimo á esperança" JP II . para as palavras não serem fúteis tinha que as escrever.
Não és u uniko, eu tb me fiz d forte! e nu entanto chorei tanto ou mais komo as outras pessoas k estavam lah, mas nunca a frente de outra pessoa! só consegui chorar sozinha! só consegui sofrer sozinha! nc kis mostrar k estava mal! nunca kis magoar outra pessoa, mostrandu u meu sofrimento! mas gostava tanto ou mais dele km tu! km u pai! km u joao! km a avó! chorei e vou continuara a chorar km tds as outras pessoa por ele! :(
Esconder aquilo que somos e sentimos não é ser forte, muito pelo contrário, é uma fraqueza!
A morte não é uma coisa má, pelo menos para mim! claro que tudo depende da forma como encaramos as coisas, e das nossas crenças...contudo o sofrimento é opcional a dor, essa sim, é inevitável.
Lua*
Enviar um comentário