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sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Póvoa de Varzim - 1º momento

No Correntes d'Escrita, encontro de escritores ibéricos da Póvoa de Varzim, encontro Rubem Focs (uma daquelas Pessoas de Romance) que, por sinal, se lembrava de um email que eu lhe envie há já uns meses. Saímos para fora do Auditório e ele acende um cigarro, enquanto tira da mala um livro da Editora 2 Luas, uma edição belíssima, que junta poemas, desenhos e papel vegetal, de autoria do seu amigo, o jornalista e escritor Paulinho Assunção. Falo-lhe de projectos, coisas que se fazem em conjunto, daquele e deste lado do mar. Como de costume, sou tímido.

Na sessão a que assisti só metade, porque Torres Vedras, ainda assim, fica longe da Póvoa de Varzim, e porque para mim, 7h20 é uma hora suficientemente cedo para acordar, ouvi deliciado o Ondjaki, um tipo boa onda, de tranças caídas pelos ombros, a inventar palavras como quem inventa novas formas de piscar o olho, a fazer rir todo o auditório com as coisas que ele atribui às primas e às tias, a começar todas as frases por "isso faz-me lembrar aquela história de". Imaginem-no quando chegar a velho.

Passeio a pé pela Póvoa de Varzim, coisa que gosto de fazer por todas as cidades onde vou pela primeira vez. Deixo-me perder pelas ruas e pelos prédios enquanto avanço em direcção ao mar. Soa-me agradável a Póvoa in loco, como nunca me soou o nome Póvoa de Varzim. É bonito chegar a um sítio e descobrir tudo outra vez, como se não soubessemos nada dos lugares que nos ficam longe de casa. Sento-me em frente ao mar e respiro fundo. Cheira a mar e a cabeça lavada.

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