passa meia hora da uma da manhã desta noite fria fria em que andar na rua é deixar um vento de gelo entrar para dentro dos casacos e camisolas e congelar a alma. eu estou em casa, sentado na cadeira de sempre, cada vez com menos roupa. desafio o frio e desafio-me a mim. sim, estou aqui. aqui a mandar letras, enroladas em papelinhos, para todos os lados do mundo. voar sem asas.
passa meia hora da uma da manhã e uma vitalidade de manhã cedo, na noite fria fria, eu aqui, a mandar letras para aí, para lá, eu aqui, a cadeira de sempre, o costume. olhos bem abertos, bem abertos, pensar em coisas de atrás, não se pode dizer nada a ninguém, foi o que eu pensei quando, tu a andar à minha frente, eu a dizer olá a conhecidos e tu, a menina do café não veio hoje. não se pode falar. voo.
passa meia hora da uma da manhã, frio frio e eu só em camisa. daqui a pouco vou-me deitar e dormir e pronto. é assim todas as noites, é assim que são as noites, penso para mim. tenho planos dentro do cérebro, será que eles andam pelos fiozinhos mais escuros da massa cinzenta? frio frio, não tenho, mas sou capaz de acordar constipado, eu aqui, na cadeira de sempre, o costume, a mandar letras para todo o lado do mundo, saber, não se pode dizer nada a ninguém, sim, e eu, aqui. voar.
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quarta-feira, março 02, 2005
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