deixa-me que te diga que hoje há sol. ouve-me em silêncio, com teus olhos fechados. assim regresso ao fim de dias, dias fora de mim. deixa-me que te diga que voltei. ouve-me, é a única coisa que te peço. sei que estás, sempre estiveste, aqui. sei porque o sinto, porque são indesmentíveis todos os sinais. assim regresso, para perto. e digo-te.
temos que saber sair para poder entrar. temos que saber cair para nos podermos levantar. temos que ter dias maus para sabermos o que são os dias bons. eu hoje regresso, como um acordar, e levanto-me da cama para o caminho de chegar até ti. eu hoje regresso, mesmo que traga um sabor amargo da boca. eu hoje regresso. porque o caminho dos sentidos é deixar-se levar. o caminho dos sentidos é sentir tudo, tudo o que esteja perto para sentir. e depois, o regresso.
deixa-me que te diga que hoje há sol. ouve-me, sim, eu estou aqui de novo. pelas janelas, pelos meus olhos, por todos os meus poros, um sol que chega para nos avisar. é bom o regresso. respiro a plenos pulmões, para que a entrega seja concretizada. deixa-me que te diga, ouve-me. falo para ti, a ti me dirijo, apesar de saber que tu estás sempre aqui, sempre. e que tudo o que eu passo, és tu, e que tudo o que eu sinto, és tu, e que tudo o que é tudo és tu e és tu. eu, aqui.
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segunda-feira, março 07, 2005
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