ponho-me-te a inventar nomes, talvez eu queira ver melhor, talvez fazer-te ver melhor, um monte de coisas que continuam sem sentido. ponho-me-te a inventar nomes, palavras que não querem dizer nada, erros. nomes, aglomerados de letras e palavras virgens, painéis martelados por mãos sujas de pedreiros. ponho-me.
os nossos meus teus olhos choram do vento poeirento que vem do jardim. uma menina de saias rosa dá saltinhos pela calçada. chego aqui e penso, prosa tipicamente portuguesa. calçada, mais ninguém de nenhum país fala em calçada. e depois ponho-me a pensar e lembro-me daquela fotografia do jean-paul e da simone, na praia de copacabana. a preto e branco, até podia ser espinho, num dia de sol.
nomes, sim, nomes. e depois olho para as minhas palavras e percebo, isto é tudo igual, tudo igual, mesmo que me telefones a meio da noite e eu atenda o telefone na rua, a ver pessoas que saem da escola e que entram em carros a correr, são só nomes, só nomes. ponho-me-te a inventá-los, porque talvez eu ainda queira dizer alguma coisa. a meio da manhã, o pó nos olhos, desejar que tudo seja possível.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
sábado, março 19, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Arquivo do blogue
-
▼
2005
(461)
-
▼
março
(23)
- Neste mundo
- os malucos
- aquele jeito de dar aos ombros
- e.e.cummings com destinatário
- pequeno tratado sobre o haxixe
- chop-suey de gambas com vinho branco
- o escritor
- não fumar
- olá
- copos de cristal
- em Sintra, à chuva
- não lhe encontrei um título
- se a nossa vida dava um filme, porque não fazê-lo já?
- um dia, a Golgona queixou-se por ver uma frase del...
- portas
- gramática das línguas latinas
- ambiente
- jardim
- 22:45
- a pairar
- carta a mim
- o primeiro dia
- horário de voo
-
▼
março
(23)
Sem comentários:
Enviar um comentário