falemos de flores, como se falassemos de casas ou de escolas ou de mulheres, falemos de flores. porque as flores crescem com em minúsculas sobre as páginas dos livros, trazendo o colorido e os abraços. falemos de flores, dos amores, das dores, de todas as rimas previsíveis de todos os poetas, falemos. e depois abrimos as páginas dos livros e ficamos a olhar, flores.
falemos de flores, como se falassemos de burocracias, manias, olhares, falemos de flores. porque nos nossos olhos que vêm tão mal, começa agora um filme que se vê tão bem, e são flores, são prédios, cabelos soltos, caras bonitas, são flores. falemos, sim, deixemos que as palavras se transformem nas nossas bocas e começemos já a falar às cores.o mínimo de poesia e o máximo de eficácia.
falemos de flores, como se falassemos de manhãs, de noites, de roupa estendida nas varandas, falemos de flores. porque as flores vêm nas bocas dos pássaros, que esvoaçam sobre as nossas cabeças, e esses pássaros são outros de nós, com asas, com olhos, com sonhos, com flores. falemos então de flores, de flores, letras grandes e palavras cheias, abraços coloridos e amigáveis, flores, flores, flores.
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sexta-feira, março 11, 2005
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