mandaram-me dizer que, agora que chegou o sol, vamos todos usar camisas mais leves e frescas, como se fosse verão, ou como se estivesse um calor incondicional nesta nossa cidade. mandaram-me dizer, embora eu ache que não devia ser responsabilizado por isso, que agora já não seria possível usar casacos nem qualquer outro artifício que sirva para se proteger de ventos ou de ruas atacadas pela sombra. não, não me pergunte porque será assim. eu também não sei.
como vê, eu estou aqui mais para divulgar ordens do que para perceber ou entender qualquer tipo de pensamento. sou uma máquina de divulgação, mesmo que tenha uma aparência de pessoa normal, de ser humano, esse tipo de coisas. é por isso que eu lhe peço que não me faça muitas perguntas. muitas perguntas confundem-me a cabeça. pode-me avariar.
depois, quando desapareço, apesar de nunca ser por demasiado tempo, as pessoas não sentem a minha falta, tudo o que sentem é aquela necessidade de receberem as ordens, como se fosse eu que as desse. não deixa de ser engrançado, esta história de ser interpretado como a origem das ordens, quando eu só as transmito. mandaram-me dizer que, a partir deste momento, vou mesmo passar a ser eu o responsável pelas ordens emitidas, mesmo que não seja eu o seu produtor. sim, agradeço que não me faça perguntas.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
segunda-feira, abril 12, 2004
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