estou ausente, não vês?, então porque continuas a insistir comigo, a enviar-me palavras, carinhas, bonequinhos, sugestões, estou ausente, au-sen-te, simples, não estou cá para ti, se ao menos soubesses ler, se conseguisses perceber os significados dos sinais, mas não, não percebes, continuas, não vês, e eu, digo-te, xau.
hoje arrumo a um canto todas as filosofias, teorias, megalomanias, histerias, gritarias. calo-me e rio-me. tu falas do sô pinto, alorrrs, alorrrs, carregas nos rrr como se fosses de setúbal, és de setúbal, é importante que existas mas mais importante é que ela tenha cortado o cabelo, e que tenha comprado umas calças, e que tenha passado por mim na biblioteca, estás com um andar mais agressivo, disse-lhe, e o teu rabo é bem bom.
desligo a música e falo-te ao ouvido. quero-te que te venhas sem te tocar, quero fazer-te explodir aos pedacinhos, como um fusível em curto-circuito. digo-te coisas porcas, que chego até a duvidar que gostes mas que, no momento, te servem para te incendiar. falo-te ao ouvido e tu gemes, gemes cada vez mais alto. quando estás em extase, acendo a luz e saio da cama. estou cheio de sede.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
quinta-feira, fevereiro 05, 2004
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