agora tenho os dedos compridos como facas. acaricio a minha face com carinho. abro feridas de onde escorre um sangue grosso, consistente. tenho as ideias todas confundidas. estou doente, estou assumidamente doente. tento manter os olhos bem abertos, como se ainda restasse algo para ver. algo que ainda estivesse para além de mim. pendurado no tecto desta sala cujo cheiro é infecto há demasiado tempo. tento esticar as pernas mas não consigo. olho o chão cheio do meu sangue que continua a escorrer. não sei se algum dia vou conseguir sair deste cerco onde me resguardei. tenho medo do lá fora. não que aqui seja mais fácil sobreviver, o sangue, o sangue, mas aqui quem me condena á morte sou eu. não é mais ninguém.
não é mais ninguém.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
sábado, dezembro 06, 2003
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