cheiro-te as carnes despojadas sobre a cama. estou no canto escuro do quarto, com o olhar afiado e o corpo encolhido. movimento-me bruscamente, com gestos exagerados, para me deslocar no quarto.ecoa uma música electrónica, excêntrica, num volume demasiado alto para ser sequer perceptível.coloco um foco de luz a incidir na tua cara. tão pálida, angelical...que tu eras. agora tens só esses enormes olhos esbugalhados, tão abertos de medo para mim. sim, ainda estás viva. recortei-te a pele com o meu bisturi, o sangue escorre lentamente pela cordas com que te prendi à cama. as noites de amor são tão lindas, não são? (encolho os ombros e dou uma gargalhada teatral)
caminho sobre o teu corpo ensaguentado. o meu peso certamente magoa os teus tecidos musculares, agora entreabertos. dou saltos sobre os teus braços, apercebendo-me das pequenas fracturas que te origino, primeiro nas articulações, depois no antebraço. tentas exorcizar a dor que te faço sentir. mas já não te restam forças para movimentar nada em ti. nem o olhar. as órbitas saltam-me para a face. sim, escorro suor, suor que se mistura com o teu sangue pelas minhas pernas, tronco, braços. aperto-te o pescoço enquanto te mordo o mamilo direito. acho que morres no exacto momento em que começo a mastigar o pedaço de carne que te arranquei.
velo, por alguns segundos, a tua memória. chegou agora a hora de te amar, amar-te eterna, profundamente. acaricio o meu pénis latente, envolvo-o com o teu sangue. quando o apercebo perfeitamente erecto, separo as tuas pernas já sem vida. é neste momento que a tua vagina está mais propícia à penetração. acabada de morrer, o último sangue corre dentro das tuas veias. exalas o perfume doce de quem é totalmente minha.penetro-te com moderação. sempre fui um homem sensível, atento. sorrio-te quando aumento a cadência da penetração. pego o bisturi de novo em minhas mãos e rasgo-te a boca, invento-te um sorriso.penso no quanto és linda, meu amor. e ejaculo-te de vida.
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segunda-feira, setembro 01, 2003
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