Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)

terça-feira, setembro 23, 2003

que chatice, Clarisse

deixa-me que te diga que assim não vou aguentar muito tempo contigo. eu já me conheço e já te conheço, posso dizer-te com alguma segurança que, pelo caminho que estamos a levar, isto não vai chegar longe. podes dizer que é defeito meu, podes acusar-me de ter mau feitio, podes fazer o que quiseres. eu já sei como é. e depois não venhas com aquelas histórias do "ao menos podias ter avisado", aquelas tretas " se tivesses dado um sinal". eu sou o sinal. olha bem os meus olhos e vê o que eu te estou a dizer. isto vai dar merda, asseguro-te que vai. a ti, só te resta acreditar. em mim.
eu sei que tu colocaste muitas esperanças nesta nossa relação, que tiveste que convencer os teus pais de que eu não era mau rapaz, que disseste a toda a gente lá na tua escola que eu era o máximo, e te tratava muito bem, e te levava a todo o lado, e fazia isto, e fazia aquilo, eu era mesmo muito bom. eu sei que gastaste um monte de massa a mandar sms para aquelas cenas que passam nas televisões, no sol música, no big brother, até para o programa do goucha mandaste cenas, eu deitado no sofá da sala a tentar perceber que tipo de anormal estava a ser entrevistado e a ver passar na parte debaixo do écran, LUIS AMO-T MT ÉS O MÁXIMO QUERO SER SEMPRE TUA Clarisse, Alcoutim, eu a sentir-me adoentado, uma espécie de febre a crescer-me nas têmporas e sms no meu telemóvel ESTÁS A VER A TVI, MY LOVE?, essa tua mania de usares sempre e exclusivamente as maiúsculas do aparelho.
e agora, se bem que me invada uma certa tristeza por te ter que dizer isto, a verdade é que isto não vai dar. não é que eu não aguente a pressão de andar a namorar contigo, a sério, não são os outros, não são os "outros" também, porra, não são os meus amigos do cineclube, nem a malta do café do Zarolho, nem os meus pais, nem a minha mãe, não é ninguém. és mesmo tu. porque tu és uma chata e fazes um monte de coisas que achas muito fixes sem sequer pensar se eu me sinto confortável com isso. tu és toda "ele é o máximo, ele é tão bom, eu quero tanto, eu gosto muito" e depois baixas os olhos e segues em frente, estilo cortador de relva, sobre mim. eu não gosto de ser atropelado, eu não gosto nada de ser atropelado. beijo.

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