este silêncio, este silêncio, este silêncio. mesmo quando ligo a música, este silêncio, se toca o telefone, este silêncio, se saio à rua, este silêncio, se me mergulho em sonhos, se me mergulho em cores, se me evado de mim, este silêncio, este silêncio, este silêncio.se arrumo, o silêncio, se desarrumo, o silêncio, se me visto, o silêncio, se me dispo, o silêncio. sim, todo o silêncio.
a minha mão sozinha, dependurada, quando acordo de manhã, dependurada, a minha mão que me remexe o corpo mas não me encontra o coração, sozinha, em cada número que marca no telefone, sozinha, quando te fala, dependurada, se tomo banho, ainda que molhada, dependurada, o meu corpo no espelho, a mão, sozinha, se te vejo, se não te vejo, se te chamo, se não chamo, quando eu grito e quando eu choro, dependurada, quando seco as lágrimas, sozinha, sempre, a minha mão, dependurada, como numa fotografia, sozinha.
e depois, e depois, e depois. os meus óculos escuros não me deixam dizer que eu estou a afundar-me, a afundar-me para dentro de mim, onde não há limites, como nos poços, como nos mares, como nos sonhos. os meus óculos escuros escondem o que a minha voz demonstra, as cadeiras vazias são toda a gente que nunca esteve ali, o livro fechado é uma história acabada, os poemas escritos são fugas, fugas para todos os lados, como os ratos em barcos que se afundam, afundo-me, afundo-me em mim próprio. e tu dizes, não escrevas mais histórias tristes. e eu obedeço.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
segunda-feira, junho 07, 2004
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2 comentários:
Ping pong como nas histórias tristes.
Farei mais ping ping logo que _________ poça. logo logo assim que chova.
Vou fazer um círculo para o encher de retalhos. para nada. para nada. Nada como eu: nada como tu e eu.
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