estou parado no meio da pista de dança, uma pista de dança totalmente vazia e despida de tudo. estou parado, quieto, imóvel. nenhuma parte do meu corpo faz o mínimo movimento. não sei há quanto tempo aqui estou, mas mantenho-me. não vejo ninguém, talvez porque as luzes se fixem continuamente nos meus olhos. estou parado no meio da pista de dança vazia. e a música está no máximo, a rebentar.
és um ilusionista, disse-me ela há umas três horas atrás, quando ainda não havia música tão alta, quando ainda estávamos sentados num sofá desconfortável de um canto qualquer da discoteca. és um ilusionista, e depois riu-se, e depois calou-se.és um ilusionista, eu não sei nada de ti. e depois eu ri-me, e depois calei-me. quando começou a música já ela não estava lá.
estou parado no meio da pista de dança. a música parou e alguém se chega ao pé de mim para me avisar de que a discoteca vai fechar. eu sorrio, e depois dou um passo na direcção oposta à saída. porque arranjas sempre maneira de dar a volta a tudo o que te pergunto, porque nunca me dizes aquilo que eu realmente quero saber. eu calei-me, e depois falei. talvez hoje fosse um bom dia para dançar.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
sábado, junho 26, 2004
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Arquivo do blogue
-
▼
2004
(189)
-
▼
junho
(16)
- aparentemente
- time for dancing
- look back in anger
- breviário de dias como o de hoje
- sorriso à malandro
- o peso do ar
- manifesto anti-dantas
- não exceder o programado
- anotações sobre um homem
- no more sad stories
- carta de domingo
- nas outras horas
- demasiado real
- que sabor é esse que trazes nos teus lábios?
- poema para o dia da criança daqui a dez anos
- tudo passa
-
▼
junho
(16)
Sem comentários:
Enviar um comentário