acho que continua a não ser dia de te dizer o que esperas que eu te diga. não, não vai ser hoje. não porque tenha que adiar seja o que fôr. não que eu não saiba até o que vou dizer e tudo isso. não que eu esteja com dúvidas em te dizer estas coisas. não, não se trata mesmo de nada disso. acontece que, muito simplesmente, não me apetece falar.
arrumei a mala e telefonei-te a dizer que não podia ir. isso mesmo, não podia ir. tentei arranjar a desculpa mais esfarrapada que me veio à cabeça. como dizer que amanhã vou ficar constipado ou que a minha tia ficou de me telefonar. tu engoliste e foste sozinha. hoje vais dormir sozinha, naquele quarto de hotel. provavelmente, antes de adormecer, ainda vais olhar para o espaço vazio ao teu lado na cama. eu vou estar a desfazer as malas no meu quarto.
amanhã vai chover, diz o homem do noticiário. tenho o guarda-chuva encostado à minha porta, do lado de fora. na dispensa, umas galochas, que calço nestas fases de temporais. tu vais telefonar para me acordar de manhã e para me contares que tipo de coisas estás a pensar. eu vou estar ensonado e vou-te ouvir falar de muitas coisas que não percebo. depois vou desligar e voltar a adormecer. um destes dias virás até minha casa e faremos amor. é assim.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
sábado, janeiro 31, 2004
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