Uns velhos numa esplanada a tomar cafés uns atrás dos outros, ou copos de leite, ou sumos naturais, enquanto dezenas de senhoras mais ou menos novas passeiam as pernas rua acima, rua abaixo.
Um Sr. Dr. a espreitar da janela enquanto devia estar a ler um processo porque o cliente já estacionou na rua das traseiras do prédio e o julgamento é na próxima semana e, diga-se de verdade, o Sr. Dr. ainda nada leu, nem sequer lhe interessa, porque é preciso espreitar pela janela para ver se.
A menina da loja em frente está com vontade de, talvez hoje à noite, lhe dizer que sim para irem tomar um copo, cá não, talvez seja melhor irmos a Lisboa, vamos estar mais à vontade, e a menina sabe, em Lisboa é tudo mais arejado e há sítios tão engraçados, muito melhor do que cá.
O polícia a vigiar os cães que passeiam vagarosos pela relva e umas quantas crianças que saem a correr da escola em monte e acabam dispersas em carros onde há pais que não sabem quem são as outras crianças nem os outros pais, só sabem do colega do Golf cinzento e da menina do Yaris verde.
Muita muita gente fechada em casa a dizer que na rua não há nada. Muita muita gente a andar pela rua a lamentar-se de que em casa é uma tristeza.
Won’t you take me to funky town
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
domingo, janeiro 11, 2004
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