sempre sempre igual, dizia, as suas palavras coladas na parede, o meu formato como o teu, assim, deixar de vez os dedos por pendurar na parede, ao lado do lençol do banho e de uma fotografia de uma namorada antiga. sempre sempre igual, a mesma madeixa de cabelo guardada no envelope, a mesma maneira de dizer os nomes baixinho na cama.
e no entanto, aos olhos de quem não lê, uma distância enorme entre a cara fechada e o coração emparedado, os dedos trémulos sobre o balcão, uma bica pedida envergonhada, os dentes quietos perante o pão, queres dizer o quê quando dizes o que dizes, qual o sentido do teu estar calado quando não me dizes nada.
ou ainda a fazer perguntas quando só de absinto e perfumes se podem fazer sonhos assim, o corpo meio morto a andar pela cidade, o telefone que não toca, a mensagem que não chega, ou ainda essa maneira de dar as más notícias, a sorrir, sempre sempre igual, distante, porque ao longe vê-se tão mal o que se sente perto.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
quinta-feira, dezembro 22, 2005
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1 comentário:
"...ao longe vê-se mal o que se sente perto." fantástico.
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