sempre ouvi dizer, diz-me com quem andas, dir-te-ei para onde vais, assim, sem menos nem mais, dizia-me isto o meu pai, ou talvez a minha mãe, o que eu sei é que sempre ouvi dizer isto, chegasse tarde ou cedo a casa, tivesse ou não boas notas nas escolas, sempre a mesma lengalenga, sempre o mesmo ritmo de verso alexandrino em região demarcada, tra la la la la tra la la la la, pronto.
por eu não querer ficar preso aquilo que sempre me prendeu, deixei de visitar o lar de idosos onde ele acabou por ir parar. e depois disso, afinal era a minha mãe, constantemente, para quem muito erra, longa se torna a espera, e eu querer doçuras, e o errar logo ali, e eu a querer ternuras, e o sémen a escorrer-me dos dedos no exacto momento em que a porta a abrir-se e, tra la la la la tra la la la la, pronto.
arrumado a um canto, eu exigo o meu re-tratamento, uma solução pensada pelas grandes potências ou um abraço que me seja dado durante a noite, por um desconhecido, no escuro do meu quarto. é assim que eu faço por ver o mundo, agora que me deitei no silêncio. a quem quiser saber de mim, não precisa de ir à américa ou ao fim do globo terrestre. basta seguir o meu canto, à minha casa na duna.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
sexta-feira, novembro 05, 2004
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
é quase uma pequena cantiga.
...e fica-te tão bem.
Enviar um comentário