lar doce lar é onde nós guardamos as armas depois de fazer um longo caminho. ligo o leitor de cd’s quase no máximo e oiço um rock bem duro e abano a cabeça com violência enquanto pareço ver a guitarra a subir pela parede. “mathematically turning the page”. parece que a cada avanço na vida deparo-me com cruzamentos que levam a futuros que não são o meu. paro, respiro fundo e sigo. é assim que funciona comigo. com vocês não?
dou por mim a ter visões de bancos de pedra à sombra, sítios onde passar momentos doces dos meus dias. era isso que eu queria sempre, coisas doces e doces e doces, como um colo que nos dão sem nos exigir nada, como um colo que nos chama a dar colo e abraços e doces e doces e doces. dou por mim a sorrir e a chorar quando me lembro do meu cabelo a ser revoltado por uns dedos mais carinhosos que o mundo. dou por mim assim, de volta aos meus treze românticos anos. paro à beira do passeio e dou-te um beijo.
não se pisam uvas que já deram vinho, recebi eu uma vez um postal que veio do frio. sim, eu sei. mas o que descubro agora é que se faz a vindima todos os anos. e é sempre mais uva e vinho que vem e que vai. somos capazes de nascer de dentro de nós próprios, diz-me a doutora, eu olho-a e sorrio, sim, e se nos derem a mão e ela for quente como um coração que bate ainda é melhor. dizem-me, és mesmo homem, e eu sorrio, mais por dentro do que por fora. são estas pequenas coisas que me fazem pensar que eu sou bonito.
Arquivo do extinto blogue Esferovite- a vida em pedaços (13-08-2003/ 4-01-2006)
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